"A bola dá volta"

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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Um simples bater na bola

   Estamos perto de iniciar a Copa do mundo e seguimos debatendo e discutindo assuntos que deveriam estar em execução pelos nossos dirigentes e profissionais do meio futebolístico .Todos os meses temos declarações polêmicas entre os profissionais que estão envolvidos no futebol mostrando para todos os brasileiros que não existe uniformidade e convicção a respeito de política de futebol a nível de federações, gestão na maioria dos clubes, referência e metodologia de trabalho em categorias de base.


    Atualmente no Brasil temos uma gama de profissionais dos mais diferentes níveis como por exemplo : ex-jogadores de futebol sem formação acadêmica, ex-jogadores com formação acadêmica, profissionais de educação física especializados em futebol com vivência no futebol e profissionais de educação física especializados em futebol mas sem vivência no futebol. Inserido no meio disso tudo temos os dirigentes, jornalistas, torcedores e curiosos da bola.


    Isso tudo gera um ambiente vicioso, polêmico e resultadista da nossa classe de profissionais.O entendimento coletivo que necessitávamos para que fossemos numa mesma direção é inexistente onde a vaidade e a ambição fala mais alto proporcionando para quem produz bom resultado no campo um maior espaço na mídia como se fosse o dona da verdade sem se importar com as consequências de sua opinião,menosprezando a ética profissional e a inteligência moral que são aspectos tão importantes na formação de jogadores como o "saber bater na bola".


    Vivemos numa sociedade futebolística egoísta ,vaidosa e na sua maioria desatualizada onde métodos utilizados no passado persistem em se manter no contexto dos clubes fazendo pouco caso da atualização profissional tratando a como inimiga de profissionais com mais experiência no futebol e empecilho para os que estão iniciando. Alem disso existe o preconceito dos mais velhos com inovação de métodos chegando a níveis de insanidade mental em alguns momentos. Temos exemplos de evolução por profissionais de outras áreas de atuação que sem vaidade e preconceito buscaram atualização para o bem da medicina,enfermagem, engenharia ,informática e etc.


    Entretanto temos também o outro lado da moeda onde muitos profissionais pensam que com o curso de educação fisica e especialização no exterior ou em um curso de especialização no Brasil estejam prontos para ensinar tudo aquilo que um atleta ou uma equipe de futebol necessita. Muitas vezes esses profissionais acabam dando um salto no mercado num período menor do que seria necessário, muitas vezes apoiado por algum empresário ou alguém com influência nos clubes sempre abreviando algumas fases da formação profissional. Vivenciar a pratica somente em estágios da universidade infelizmente não habilita a trabalhar com equipes profissionais gerenciando situações diárias do dia a dia de um grupo de futebol.

    No caso das categorias de base tenho a mesma opinião porém sou defensor da metodologia inovadora onde o processo pedagógico deve ser baseado no jogo de futebol fazendo com que o aluno/jogador vivencie situações variadas dentro do treinamento baseados nos períodos sensíveis do treinamento juntamente com o contexto cognitivo e comportamental . Para que isso tenha resultado os estímulos de imprevisibilidade, resolução de problemas, poder de decisão, feed backs cognitivos e aprendizagem através do erro e acerto são fundamentos chaves para esse processo.

    Enfim, vivenciaremos mais polêmicas no futuro enquanto não tivermos uniformidade no contexto que estamos envolvidos. Países como Alemanha ,Inglaterra,Espanha ,Bélgica,Chile e outros se prepararam muito bem e estão colhendo o que plantaram. Países do Oriente médio, Ásia, América do norte e América central estão plantando e colherão mais na frente por visualizarem algo mais alem do que um Simples " não sabem ensinar a bater na bola" como acreditam alguns profissionais brasileiros.